terça-feira, 27 de setembro de 2016

Bloodborne e The Old Hunters - Review


No início de 2015, a Sony tinha um problema com seus jogos, que eu diria que persiste até hoje, não havia exclusivos que dessem destaque ao Playstation 4, o mesmo aconteceu na geração passada com o PS3, ENTÃO EM 2015 FOI LANÇADO UM JOGO SENSACIONAL QUE A SONY HYPEOU DEMAIS:


THE ORDER:1886

É Sony....
Não foi dessa vez, mas to esperando vocês mandarem esse jogo "de graça" pros membros da Plus, pois não gastarei nem 50 reais nessa bagaça.

Enquanto The Order era esculachado, um outro jogo com temática "vitoriana" vinha furtivamente, chegando por trás, mandando um ataque forte carregado, seguido de um visceral attack! SIM! FINALMENTE UM EXCLUSIVO FODA PRA PS4!

BLOODBORNE!


Bloodborne foi anunciado em 2012 com o codinome "Project Beast" pela From Software, desenvolvedora de Demon's Souls e Dark Souls, tava bem na cara que ia ser algo parecido com algum jogo da série "Souls", e é mesmo. Bloodborne é um Dark Souls "agressivo" em uma definição bem básica.

O jogo se passa em Yharnam, uma cidade "gótica vitoriana" que foi desolada por uma praga que transformou seus habitantes em seres bestiais e deixou o resto da população doidona, você é um qualquer que acordou numa clínica após receber uma transfusão de sangue e se tornar um caçador dessas feras, daí tu vai ter descobrir qualé a desse mundo bizarro com ajuda de uma boneca viva e o velho Gerhman, o primeiro caçador e que fundou o grupo de caçadores, os dois residentes de um local chamado "Hunter's Dream".

A história de Bloodborne é geralmente contada pelos npcs, mas assim como os "Souls", muito é explicado e aprofundado na descrição dos itens, mas há certas coisas que são deixadas mas para a interpretação do jogador. O clima do jogo é bem mais puxado para terror, inspirado em Dracula e contos de Lovecraft, assim dando um tom de terror não só "físico", como psicológico.


Você cria seu personagem, escolhe qual seus stats e parte pro jogo, o jogador encontrará "lanternas", pontos especifícos do mapa que servem como checkpoint e uma forma de voltar para o já mencionado "Sonho do Caçador", local onde é possível melhorar suas armas, aumentar seu nível, comprar itens e etc. Tudo isso depende de "Blood Echoes", que são adquiridos por matar inimigos e por usar alguns itens.

Sua opções de combate iniciais são: uma arma branca, que serve pra dar porrada nos inimigos, e uma arma de fogo, que atira e permite você utilizar a amável mecânica de parry, onde você tem acertar um tiro no inimigo num momento chave da animação de ataque, isso deixa-o aberto a ataques normais e o "visceral attack", uma ataque fodão que tira dano pra cacete. Como já visto na minha mongolice no início do post, o visceral attack também pode ser usado depois de um ataque forte carregado por "traixx" do adversário.

As armas brancas possuem dois modos, um normal e outro que muda o ataque, ou até mesmo a arma em si, por exemplo: uma machado de uma mão só pode virar um machado longo de duas mãos com ataques mais fortes e que atingem uma área maior. Além de armas, o jogo tem algumas magias que podem ser usadas dependendo do seu nível arcano, assim como algumas armas dependem de outros atributos. Achei o arsenal, as magias e as vestimentas meio limitadas, não são tão poucas, mas algumas são bastante similares.

O combate de Bloodborne é bem veloz e o foco é ser mais agressivo, há poucas opções defensivas, a principal é a esquiva que, assim como seus ataques,  são limitados pela barra de stamina. As batalhas são geralmente tensas e dependem bastante de você saber pensar e agir rápido, focar em ser "ágil" e brutal é recompensador, eu diria que até demais, não é exatamente um problema de jogabilidade, mas vale destacar, acho que algumas boss-fights ficaram meio deslocadas devido a isso, claro que dependendo de sua build cada chefe é um experiência diferente, mas houve alguns chefes que eu apenas parti pra cima e matei sem nem saber muito dos seus golpes.

Eu nem vi direito esse chefe direito em batalha, mas vendo agora, não consigo definir que porra é essa.
Os mapas de Bloodborne são muito bem pensados, similar a um metroidvania, os locais são interligados com diversos atalhos e rotas alternativas que podem te mandar para um cenário opcional, um chefe, ou até mesmo só itens novos. As lanternas são bem posicionadas para garantir que o jogador possa ligar o cenário e possa confrontar o chefe diversas vezes até conseguir matá-lo.

A dublagem americana é muito boa, não posso dizer o mesmo da dublagem brasileira, não ouvi muito e o pouco que ouvi não parecia nada demais. A tradução e os textos estão decentes, mas é fácil encontrar alguns erros devido a história ser bem complexa e com bastante coisa deixada pra interpretação.

Visualmente o jogo é fantástico, o gráfico em si não é o máximo da geração, mas é o suficiente pra contribuir com a estética dos cenários e o do design dos inimigos, é fácil achar belas paisagens e ficar horrorizado pela escrotidão de muitos monstros,que geralmente gritam, grunhem e emitem outros sons bizarros. 

Isso destaca outra qualidade do jogo, a parte do áudio é foda, o som ajuda em muito, desde alertar a presença do inimigo, até indicar que o seu parry foi certo. Vale dizer que o jogo é muito melhor apreciado com fones de ouvido, quando comecei a usá-los, descobri que tem várias lugares onde se houvem choro de criança, o que deixou a atmosfera bem mais tensa, principalmente pelo fato raramente ter música fora das boss-fights. Ah, falando nisso, a trilha sonora é sensacional e dá o clima certo de calmaria ou caos de enfrentar esses seres bizarros.


Outro aspecto bacana do jogo é o multiplayer, assim como "Souls", você pode deixar e ler mensagens de outros jogadores, se acharem a mensagem boa e darem um jóinha, sua vida será recuperada completamente, mas só se você estiver jogando no momento que aprovaram a mensagem. Também é possível chamar alguém pra te ajudar a matar os chefes e duelar com outros jogadores (o famoso pvp), não me aprofundei muito nesses aspectos do jogo, porém funciona, tem um pouco de lag, mas é divertido.

Bloodborne teve alguns defeitos maiores no lançamento, alguns bugs, telas de loading extremamente demoradas, quedas de framerate, os principais já foram resolvidos hoje em dia, tirando as "Chalice Dungeons", que é uma mecânica meio porca pra aumentar a longevidade do jogo. Você coleta uns materias, cria uma dungeon e lá vai ter alguns inimigos novos e outros repetidos, isso inclui chefes, mas no geral, é bem chatinho.


Minhas principais reclamações sobre o jogo são armas serem "limitadas" e algumas boss-fights fáceis, PORÉM foi lançado The Old Hunters pra "corrigir" isso, uma expansão em DLC (paga, é claro) onde o jogador explorará um "mundo do pesadelo", um lugar onde velhos caçadores (há!) estão presos e guardando alguns segredos do pessoal escroto que fudeu Yharnam. E não consertaram as Chalice Dungeons, mas paciência...

Basicamente, a DLC adiciona bastante conteúdo, principalmente para quem quiser fazer um newgame+, as novas armas são bem mais variadas, novas roupinhas pra você brincar de Barbie com seu personagem, novas áreas com inimigos e chefes mais difíceis, aliás, bem mais difíceis do que o jogo normal, deixando tudo mais divertido. Ou seja, vale muito a pena comprar a DLC, melhor ainda, vale a pena comprar a Game of The Year Edition de Bloodborne.



Vale a pena comprar a edição GoTY só por essa arte da capa.
Enfim, Bloodborne é um dos melhores jogos lançados atualmente, um excelente exemplo de narrativa e jogabilidade, há alguns exemplos de jogos que usam essa atmosfera vitoriana e elementos lovecraftianos, porém nada se compara ao mundo de Yharham.

Provavelmente vai ser uma experiência bem mais fácil para os acostumados com a série Souls, principalmente sem a expansão, mas garanto que só pelas novas mecânicas, o combate mais rápido e as diversas builds e armas que você pode experimentar em cada jogatina nova, fazem de Bloodborne bem prazeroso de jogar.


Nota: 9

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